10 de ago. de 2005

Gosto amargo de sal na boca

Coitado do Dadinho, sempre foi um daqueles garotos melosos demais. As gurias moderninhas não curtem mais caras à moda antiga, do tipo babacão, que dão flores e abrem a porta do carro. Mas nem dava nada, ele nem negava seu jeito old school de ser.
Mas bá, volta e meia tinha que escutar a patroa dissertando que tele-mensagem é brega, ou que aliança de compromisso já é acessório mais que ultrapassado. Daí era foda.

Aquele dia em que ele conheceu a Dandara. Bendito dia!
A moça adorava todos seus galanteios.

[Dê & Dê 1997] - ele cravou na árvore da pracinha.

Dez anos se passaram, o romance já tinha era se mandado.
Não foi necessária uma gravidez ou qualquer oportunidade no exterior. Evidente, terminou-se.

Então que Eduardo, desempregado, vagava pela cidade em plena trêsemeia da tarde, alpargatas e calça de moletom rasgada bem na coxa, passa pela pracinha: revê todos e todos seus momentos ao deparar-se com aquele coração enterrado na lenha.

1998...

Agora pertinho daquele, mas prá baixo e à direita, tinha outro escrito, que dizia mais ou menos assim:

[Vote 54, vote Roberto Justus 2006]

Não é mole não. Mas muito duro a gente também não gosta.
Nas margens da fonte da pracinha, Dadinho sentou e chorou.

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